Parlamento Europeu aprova abandono do gás russo até ao outono de 2027

Recebeu a luz verde dos eurodeputados uma das medidas mais estruturais que o bloco europeu se propôs implementar na sequência da invasão russa da Ucrânia.

Cristina Sambado - RTP /
Stoyan Nenov - Reuters

O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira a eliminação gradual das importações de gás russo até ao outono de 2027, no limite.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considera que se tratou de “um voto histórico num momento histórico”. 


“Porque uma Europa mais inteligente, mais forte e mais segura começa com a independência energética”, acrescentou Metsola numa publicação na rede X.A União Europeia concordou no início deste mês com a legislação para romper os laços com a Rússia, antiga principal fornecedora de gás da Europa, depois de ter prometido fazê-lo depois da invasão da Ucrânia por Moscovo em 2022.

Os parlamentares votaram 500 a favor, 120 contra e 32 abstiveram-se. A proibição necessita ainda da aprovação formal dos ministros da União Europeia, prevista para o início do próximo ano. As autoridades esperam que os países aprovem o acordo sem alterações.

A lei foi concebida para ser aprovada por uma maioria reforçada de países, permitindo-lhe ultrapassar a oposição da Hungria e da Eslováquia, que desejam manter laços estreitos com Moscovo.

Segundo o acordo, a União Europeia suspenderá as importações russas de gás natural liquefeito até ao final de 2026 e de gás por gasoduto até ao final de setembro de 2027.

Em outubro, a Rússia representava 12 por cento das importações de gás da UE, uma queda face aos 45 por cento registados antes da invasão da Ucrânia em 2022. A Hungria, a França e a Bélgica estão entre os países que ainda recebem gás russo.

A Comissão Europeia afirmou que também apresentará uma proposta legislativa no início de 2026 para eliminar gradualmente as importações de petróleo russo.


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